TWB 6 is an event organized in the frame of WALC – Walking Arts and Local Communities, with the support of the EU Creative Europe Cooperation grant program.

 ‘Comunidades em mudança’ 

O TWB 2025 aborda as comunidades locais, no sentido plural, não limitando uma comunidade a um grupo estático, único ou isolado. As comunidades locais são, mas ao mesmo tempo são mais, do que a soma dos seus residentes. As comunidades desenvolvem-se com o tempo, incluindo estudantes, artistas locais, minorias, grupos sub-representados, migrantes e refugiados. Viver em comunidade significa repensar a todo o momento o local onde se vive e com quem se vive. Central para o TWB é a possibilidade de movimento e de mudança. Um foco específico do TWB está na frágil ecologia social e natural do ambiente em que vivemos. Embora seja uma cidade, Guimarães também inclui e está nas proximidades de zonas rurais, constituindo uma paisagem híbrida e fragmentada, num território disperso e rico. A inquietação, através da conexão com o lugar e através da arte de caminhar, é o que define o TWB.

The Walking Body (TWB) é um encontro internacional de artistas que caminham. O encontro de 2025, dedicado a “comunidades de mudança”, comunidades plurais, em movimento, e sensíveis às questões da ecologia social e natural do ambiente em que vivemos. 
O TWB explora comunidades locais como entidades dinâmicas e em constante transformação, conectando pessoas, territórios e ecologias através do movimento, da arte de caminhar e da relação entre a cidade e a paisagem de Guimarães.
O TWB realiza-se entre 26 a 17 de abril, em Guimarães, no Bairro C, com o ponto de encontro na Galeria da Garagem Avenida/Escola de Arquitetura, Arte e Design. 
TWB prevê a realização de uma semana de walkshops, uma mesa redonda com os artistas convidados e uma exposição

Este evento é gratuito. Todos os interessados em arte e no acto de caminhar, podem participar nestas ações, mediante inscrição em formulário:  https://forms.gle/Uc8DnjqM7nczRSyy7

Os walkshops acontecem ao longo da semana de 7 a 12 de abril, em caminhadas pelo território com foco no Bairro C e teremos como ponto de encontro a Galeria da Garagem Avenida EAAD (Av. Dom Afonso Henriques 250). TWB conta com a participação de 7 artistas na realização de oficinas: Geert Vermeire (BE), Jordi Lafon (ES), Miguel B Duarte (PT), Montsita Rierola (ES), Natacha Antão (PT), Stefaan Van Biesen (BE) e Rosa Soares (PT).

 

In loving memory

BABAK FAKHAMZADEH

 

A memória é a base da existência humana, moldando a identidade, orientando decisões e ligando-nos ao passado. Recordar fortalece o sentido de identidade e continuidade, permitindo-nos aprender com as experiências e construir narrativas pessoais e coletivas. As memórias positivas trazem alegria e resiliência, enquanto as memórias coletivas unem comunidades por meio da história e das tradições compartilhadas. Por outro lado, o esquecimento é igualmente essencial, libertando a mente e permitindo o foco no presente. Ele também auxilia na cura emocional, ao deixar para trás experiências negativas ou traumáticas, promovendo o perdão e o crescimento, especialmente numa era em que a tecnologia preserva o passado indefinidamente.

Criar memórias afetuosas enriquece a vida e deixa um legado duradouro. Este projeto homenageia locais ao redor do mundo com placas, refletindo sobre a dualidade da lembrança: quem lembra, o que é lembrado e como esses atos moldam novas experiências para os outros. Ao ocupar o espaço público com essas placas, o projeto ecoa o conceito de détournement dos Situacionistas, reaproveitando ambientes cotidianos para provocar reflexão e desafiar percepções convencionais sobre memória e lugar. As placas convidam os transeuntes a interagir com os espaços ao seu redor, transformando locais comuns em pontos de reflexão e conexão.

Equilibrar memória e esquecimento permite-nos valorizar o passado enquanto moldamos ativamente um futuro mais pleno, melhorando o bem-estar pessoal e impactando positivamente aqueles ao nosso redor. Através desse jogo de lembrança e esquecimento, não apenas honramos as nossas memórias, mas também reimaginamos os espaços públicos como arenas dinâmicas de significado coletivo e interação.

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Reunir este trabalho não teria sido possível sozinho. Os meus sinceros agradecimentos a Natalia, Irene, Andrew, Fred, Vera, Tatiana, Avi, Jeff, Valentina, Maritza, Sandra, Joost, Ameya, Gitta, and Benno.
 
Galeria Garagem Avenida
26 de Março
18:00
Babak Fakhamzadeh (NL/IR) - 27 março - 14:30-17:00

The Walking Body sound walk/drive workshop

 

A combinação de workshop e palestra ministrada por Babak Fakhamzadeh durante The Walking Body 6 e ligado à exposição “in loving memory”, centra-se na exploração sonora colaborativa e locativa do lugar. Consiste em duas sessões, sendo que a primeira, a 27 de março, apresenta a prática artística de Babak, influenciada pela Situacionista Internacional e pela rede de artistas de caminhar da WLC. Os alunos serão convidados a contribuir para uma caminhada/passeio sonoro ao longo da linha de autocarro 4 de Guimarães, enviando pequenos excertos áudio, como textos, poemas, memórias ou paisagens sonoras, através da plataforma write @ WLC.

Os envios podem ser em inglês ou português.

Nas três semanas seguintes, os alunos criarão e enviarão os seus contributos, que Babak integrará num caminhada/passeio sonoro apresentado na segunda sessão no dia xx de abril. Esta sessão servirá como um espaço de reflexão e discussão, permitindo aos alunos partilhar as suas experiências e envolver-se com as ferramentas e a tecnologia locativa envolvidas. O workshop promove a colaboração e a experimentação na narrativa locativa baseada em sons no contexto da caminhada e da mobilidade na cidade de Guimarães.

O idioma de trabalho de ambas as sessões será o inglês.

Galeria Garagem Avenida
27.03
14:30 – 17:00

Jordi Lafon (ES) & Montsita Rierola (ES) - 7, 8, 11 & 12 abril

Criss-Crossing

 

O projeto Criss-Crossing oscila entre diferentes registos da tradição artística. Em primeiro lugar, toma como referência o facto de caminhar como uma prática estética, concretizada na deriva, capaz de estimular a observação e a reflexão sobre o que nos rodeia. Simultaneamente, incorpora o uso da fotografia para gerar um registo da experiência de caminhar pelas ruas de Guimarães. Finalmente, no regresso ao espaço expositivo, onde decorrerá o workshop, cada uma das imagens selecionadas será projectada na parede com o objetivo de desenhar a lápis os pormenores que nos chamaram a atenção. A proposta é fazê-lo seguindo as linhas dos elementos escolhidos, que podem ser entrelaçados com os outros desenhos anteriores, para criar uma trama mural. O desenho cresce e torna-se um ato universal de representação, um ensaio coletivo que prolonga e expande a experiência das diferentes derivas dos grupos envolvidos, para reunir uma voz diversa, rica e heterogénea que acolhe uma comunidade.

 

Número de participantes: 
Duração: 
Materiais: 
Ponto de encontro: Galeria Garagem Avenida
Hora de encontro: 

 

(ES)
El proyecto Criss-Crossing fluctúa entre diferentes registros propios de la tradición artística. En primer lugar, toma como referencia el hecho de andar como práctica estética, concretado en la deriva, capaz de estimular la observación y la reflexión sobre nuestro entorno. De manera simultánea, se incorpora el uso de la fotografía para generar un registro de la experiencia andada por las calles de Guimarães. Finalmente, de retorno al espacio expositivo, donde tendrá lugar el taller, se proyectarán sobre la pared cada una de las imágenes seleccionadas con el objetivo de dibujar a lápiz los detalles que nos han llamado la atención. Se propone hacerlo a través de reseguir las líneas de los elementos escogidos, que se podrán entrecruzar con los otros dibujos precedentes, para conferir una trama de un mural conjunto. El dibujo crece y acontece un acto universal de representación, un ensayo colectivo que prolonga y expande la experiencia de las distintas derivas de los grupos implicados, para reunir una voz diversa, rica, heterogénea que acoge a una comunidad.

Rosa Inês Soares (PT) - 8 abril - 14:30

Walking the Unspoken

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This gamified sensory walk invites participants into an embodied dialogue with one another, the landscape, and the unseen and unspoken challenges of navigating the world from different perspectives. Rooted in research and personal experience with disability, this work explores the intersection of trauma-informed design, somatic movement-based practices, and socially engaged walking art.

The activity will be ideally set in an outdoor natural environment transitioning from an urban starting point to a more remote landscape. It is imagined as a circular walk which integrates native participants as well as other conference participants, as to also reinforce connection between place and community. Designed for a small/medium group, to encourage intimate engagement. Duration of activity and participant number can be defined together with the organisation, depending on the route chosen, climate and specific community needs.This walk can also be repeated with different participants.

Walking becomes both a sensory-seeking experience and an act of witnessing—an invitation to step into another’s lived experience and reimagine how communities move together. Through play, restriction, and shared discovery, this project challenges accessibility structures and highlights walking as a transformative act of inclusion.

Participants begin together, unhindered, but as the walk unfolds, the path transforms through imposed, yet unspoken, constraints that mimic real-world limitations experienced by neurodivergent individuals. As the walk progresses, one participant at the time, takes on an obstacle/limitation, which they must embody rather than verbally communicating to the group. This could be something as having to avoid direct sunlight, or stepping backward for every two steps forward, not being able to step in stones—simulating real-world limitations faced by neurodivergent individuals. The goal of these disruptions is to challenge ideas of ease, effort, and the need for collective adaptation, fostering deeper experiential understanding of inclusion as the group must finish the walk together. Along the journey there will be strategic checkpoints to reset (remove obstacles) as well as diving into communal activities to nurture connection and facilitate conversations often left in the margins, such as tokenism in accessibility, financial strains, social norms, alternative communication, etc. These will start as movement prompts, diving into conversation and then reflection.

Besides highlighting accessibility needs in a different light and prompting taboo conversations, this is also an invitation for locals to experience a familiar path with different senses and for everyone to consider the potential of walking not only as a artistic, research or participatory tool for connection and reflection but also as a catalyst for reimagining shared spaces and collective agency, particularly in collaboration with communities experiencing heightened vulnerability.

Number of participants: 
Duration: 
Materials: 
Meeting point: 
Meeting time: 

Stefaan van Biesen (BE) & Geert Vermeire (BE) - 9 abril - 10:00-12:30

Tell Me Your Name

 

 

“Tell Me Your Name”

é uma caminhada performativa e ato artístico de Stefaan van Biesen e Geert Vermeire, convidando os habitantes locais a nomear plantas selvagens que crescem no seu ambiente — entre azulejos de rua, ao longo de muros ou à beira da estrada — com base na sua própria intuição poética e sentimentos pessoais.

Os participantes são encorajados a refletir sobre o que uma planta significa para eles, seja em relação a si próprios ou à sua comunidade. Utilizando placas de identificação semelhantes às que se encontram nas lojas de jardinagem, marcamos estas plantas, desafiando a noção de “ervas daninhas” e, em vez disso, reconhecendo-as como valiosas, merecedoras de atenção e cuidado — estendendo esta consciência a todos os seres vivos, tanto humanos como não humanos.

O workshop aborda também a ideia errada de que as plantas não ouvem ou não têm consciência dos humanos. A investigação científica revela que as plantas percebem as vibrações e comunicam, lembrando-nos que ouvir/escutar é fundamental — não só para diminuir a distância entre a vida humana e a não humana, mas também para promover que ouvirmo-nos uns aos outros é um catalisador para mudanças positivas.

Number of participants: 
Duration: 10am – 12am
Materials: 
Meeting point: Garagem Avenida Gallery
Meeting time: 

Stefaan van Biesen (BE) & Geert Vermeire (BE) - 9 abril - 14:00-16:00

Writing / Drawing / Walking / Reflecting / Observing
Walk/Lecture/Performance

 

 

Palestra/Performance: “Escrita / Desenho / Caminhada / Reflexão / Observação”

Desde 1990 que Stefaan Van Biesen documenta as suas caminhadas através de desenhos, que evoluem para instalações, textos, vídeos e fotografias. Vê a caminhada como um processo de pensamento subjetivo dentro das paisagens urbanas e naturais. Para além de ser uma forma de arte, o desenho é uma poderosa ferramenta para a aprendizagem, melhorando a perceção, a memória e a compreensão. A prática de Van Biesen explora os espaços urbanos e humanos como experiências filosóficas e sensoriais, com os desenhos a servirem como reflexões sobre o lugar, a memória e a vegetação — que vão desde esboços rápidos a composições detalhadas.

Colaborando com o escritor Geert Vermeire há mais de 20 anos, Van Biesen e Vermeire combinam o caminhar, a escrita e o desenho, enfatizando a criação coletiva e redefinindo os limites artísticos. A palestra/performance convida os participantes a uma caminhada e a contribuir para uma peça colaborativa de desenho/escrita, que evoluirá no local e depois remotamente em diálogo com os artistas, tornando-se parte de uma exposição contínua e de uma troca criativa.

Galeria Garagem Avenida
10.04
14:30 – 17:00

Natacha Antão (PT) - 8, 9, 10, 11 abril

Why do we need a tree?

 

porque precisamos de uma árvore? why do we need a tree?

A representação pode ser uma ferramenta de desejo, de encontro ou de reconhecimento. Nesta oficina os participantes são convidados a pensar numa árvore que gostariam de plantar em Guimarães. Onde é que essa árvore fica a morar? Porque é que essa árvore é importante? Para que é que precisamos de uma árvore? Como é que ela é?

Convido todos a vir desenhar a sua árvore, e a contar-nos onde é que ela deveria ficar, e qual o seu lugar na nossa paisagem. Temos papel e lápis e disposição, dispomos do tempo que for necessário. Gostaria de ficar com a sua história gravada num breve depoimento, caso tenha tempo ou interesse.
No final da oficina pretendemos montar um mapa online com todos os desenhos e todos os depoimentos recolhidos para que possamos construir uma paisagem comunitária com todas as nossas árvores. 

Participantes nº: sem limite de participação. Os participantes têm lápis e papel à disposição e no final serão entrevistados. 
Duração: em contínuo, concorrente com a abertura do espaço.
Materiais: Papel, meios riscadores
Ponto de encontro: Galeria da Garagem Avenida
Hora de encontro: concorrente com a abertura do espaço

MIguel B Duarte (PT)

EntreCampi

EntreCampi

Este workshop baseia-se numa experiência de caminhada longa (aproximadamente 25 km) entre Braga e Guimarães, ligando, em particular, os campi universitários. Um percurso sem pressa pretende resgatar o prazer de caminhar como um gesto quotidiano e desenvolver uma consciência mais sensível à diversidade de estímulos da paisagem.

Para além da dimensão individual, a longa caminhada proporciona um tempo de convívio entre os participantes, afastando-se das exigências do dia a dia e criando espaço para a troca de afinidades. Muitas vezes, é o próprio contexto geográfico que impulsiona essas experiências.

Num trajeto diversificado, que oscila entre uma vivência espiritual e um desafio físico, emergem sensações de travessia, afastamento e proximidade, difusão e aglomeração. Esses contrastes moldam tanto o percurso quanto as transformações que dele podem surgir.

 

Numero de participantes: 30 max.
Duração: 6-8 horas
Materiais: água, frutos secos/frescos
Ponto de encontro: 41.559485537491824, -8.39746047205039
(entrada principal Universidade do Minho – Campus de Gualtar, Braga)
Hora de encontro: 8:00

Communities of Change

 

O TWB 2025 aborda as comunidades locais, no sentido plural, não limitando uma comunidade a um grupo estático, único ou isolado. As comunidades locais são, mas ao mesmo tempo são mais, do que a soma dos seus residentes. As comunidades desenvolvem-se com o tempo, incluindo estudantes, artistas locais, minorias, grupos sub-representados, migrantes e refugiados. Viver em comunidade significa repensar a todo o momento o local onde se vive e com quem se vive. Central para o TWB é a possibilidade de movimento e de mudança. Um foco específico do TWB está na frágil ecologia social e natural do ambiente em que vivemos. Embora seja uma cidade, Guimarães também inclui e está nas proximidades de zonas rurais, constituindo uma paisagem híbrida e fragmentada, num território disperso e rico. A inquietação, através da conexão com o lugar e através da arte de caminhar, é o que define o TWB.

Tópicos em debate:

Transição & Transformação
Tensões & Conflitos
Adaptação & Resistência
Criatividade & Inovação
Identidade & Memória

Galeria da Garagem Avenida
7.04
14:30

 


Babak Fakhamzadeh (NL/IR) https://babasprojects.com/inlovingmemory/#grid
Trabalhava com TIC para o Desenvolvimento (ICT4D) antes mesmo de o termo existir, nunca realmente se afastou dessa área e, desde então, criou soluções para ONGs e organizações de notícias em cinco continentes.
Ele introduziu os fotomaratones na África e ganhou o prêmio de novos meios da Highway Africa. Até o momento, é a única pessoa a ter vencido três vezes o Prêmio da Cúpula Mundial da ONU.
Tem um grande interesse em criar soluções móveis para a descoberta urbana que transfiram o poder de decisão para as mãos do indivíduo, alinhando-se aos pensamentos e ideais dos Situacionistas.
Em 2018, cofundou a plataforma online walk · listen · create, uma organização em rede para artistas caminhantes e caminhantes artistas.

Geert Vermeire (BE) https://supercluster.eu/geertvermeire/
Geert Vermeire é um poeta, artista, curador e produtor cultural especializado em artes de caminhar, arte sonora e mídias locativos. Com uma prática nómada que abrange Portugal, Espanha, Grécia e Brasil, o seu trabalho recente tem-se centrado na inteligência ecológica, na arte de caminhar participativa e na colaboração interdisciplinar.
Desde 2019, Vermeire tem co-dirigido os International Walking Arts Encounters bianuais em Prespa, Grécia, que já reuniu mais de 600 artistas e investigadores, com a sua 4ª edição prevista para 2025. Este evento promove o intercâmbio artístico através da caminhada, do som e dos mídias locativos na região ecologicamente significativa de Prespa. Com base nisto, co-fundou o Walking Arts and Relational Geographies Encounter na Catalunha em 2022, preparando-se agora para a sua terceira edição em 2026.
A isto junta-se a co-organização de The Walking Body, um workshop internacional e encontro de artistas sobre as artes de caminhar em Guimarães, Portugal, juntamente com Natacha Antão Moutinho e Miguel Bandeira Duarte (Lab2PT / Universidade do Minho), já na sua 6ª edição este ano. Esta colaboração também levou à realização da conferência internacional 2020 Fluid Bodies / Drifting Spaces em Guimarães, expandindo ainda mais o discurso sobre a caminhada como prática artística.
Em 2019, Vermeire co-fundou a walk listen create, uma plataforma global para artistas que caminham, que desde então cresceu para uma rede de mais de 6.000 utilizadores registados em todo o mundo. Nesse mesmo ano, lançou o Locative Media Supercluster, uma plataforma educativa que explora o mapeamento colaborativo e as caminhadas mediáticas em resposta a crises planetárias. Esta iniciativa levou a parcerias com o King’s College de Londres, a Universidade de Camberra e a COP27 no Egito, entre outros.
Desde 2024, é o co-coordenador artístico do projeto Walking Arts and Local Communities (WALC), financiado pela UE (2024-2027). Esta iniciativa, que abrange cinco países, está a criar um Centro Internacional de Artes Pedestres, ligando residências, workshops e exposições europeias, integrando simultaneamente os meios de comunicação locais e a aprendizagem em linha.
De 2025 a 2026, Vermeire é curador do projeto Yamuri (França/México), uma instalação de arte sonora imersiva inspirada nos rituais de caminhada do povo Rarámuri e de Antonin Artaud, que promove o intercâmbio artístico entre a França e o México.
Ao longo do seu trabalho recente, Vermeire manteve-se profundamente empenhado em práticas artísticas ecológicas, tecnológicas e baseadas na comunidade, expandindo o papel da caminhada e do som como ferramentas de aprendizagem, ativismo e inovação artística. As suas colaborações interdisciplinares continuam a moldar a paisagem em evolução dos midias locativos e das artes de caminhar em todo o mundo.
Entrevista com Geert Vermeire :
https://www.livingmaps.org/geert-vermeire

Jordi Lafon (ES) https://www.jordilafon.net/ https://derivamussol.net/
É um artista interdisciplinar, professor e mediador cultural. Atualmente trabalha na redação da tese de doutoramento Andar [para] explorar propostas em torno da arte, da educação e do território: Deriva Mussol 2021 – 2026. É cofundador do coletivo artístico Deriva Mussol e da editora Camí. Colabora regularmente com diferentes instituições académicas. Nas suas obras estabelece-se uma relação entre os objetos, as pessoas e o seu meio envolvente para conceber uma história de matéria, espaço e tempo, inscrita numa paisagem entendida como cenário de ações onde ocorrem relações de afeto e conflito, poéticas e políticas. Nos seus projetos, propõe ainda as caminhadas, as derivas, a participação e a colaboração como formas de explorar possibilidades de aprendizagem através da partilha de diferentes experiências “criativas” em contextos contemporâneos.

Miguel B Duarte (PT) https://miguelbduarte.wordpress.com/
Miguel Bandeira Duarte interessa-se por práticas artísticas, baseadas em metodologias de caminhada, a partir das praticas disciplinares do desenho. Co-organiza a conferência Drifting Bodies Fluent Spaces (2020) e os workshops internacionais The Walking Body (2018/20/22/23/24). Desenvolve também, o projeto de investigação multidisciplinar e internacional Geografias Culturais de Música, Som e Silêncio, e colaborou na última edição da Montanha Mágica-Arte e Paisagem (UBI).
É Professor na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e Membro integrado no Lab2PT – Laboratório de Paisagem, Património e Território.

Montsita Rierola (ES) https://derivamussol.net/
É artista visual e professora de didática artística na Faculdade de Educação da UVIC-UCC. É doutora em Belas Artes pela UB com a tese: Goula. Arte, jogos e memória. De uma aventura industrial a uma experiência artística. Faz parte do grupo artístico Deriva Mussol. Com a vontade de procurar maneiras de transcrever a experiência de andar como prática artística, Rierola faz desenhos em libretas enquanto caminha, traduzindo a experiência em traços como se fosse um sismógrafo. Em diferentes contextos, sempre em movimento, dentro da ideia de viagem, a autora participa fazendo traços em plena marcha sobre suportes cerâmicos que reproduzem a forma do seu ventre. As cores do Grand tour, é o resultado da recolha de diferentes terras para plasmar a riqueza da tonalidade do território caminado, processando as terras encontradas em diferentes lugares para extrair pigmentos que aglutina com goma arábica para produzir, uma caixa cheia de pastilhas de aquarela. Por último, modela bolas com a saliva e terras encontradas, definindo assim a cor do lugar que atravessa.

Natacha Antão (PT) https://natachaantao.wordpress.com/
Natacha Antão é artista visual, investigadora integrada no Lab2PT (Laboratório de Paisagem, Património e Território) e ensina desde 2006 na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (EAAD) na Licenciatura em Arte Visuais. É editora da PSIAX, uma revista ativa desde 2002, publicando estudos e reflexões sobre desenho e imagem. Os seus interesses mais recentes centram-se nas práticas artísticas e de investigação através do caminhar com o projeto walk.lab2pt, desenvolvendo desde 2018 encontro internacional The Walking Body (+info walk.lab2pt.net). Investiga, também, o impacto da prática do caminhar na inovação pedagógica e artística, no cruzamento com a paisagem, o desenho e a representação, com foco em NAV-Narrativas Visuais (+info lab2pt.net).

Rosa Soares (PT)
Rosa Soares é investigadora e facilitadora especializada em design participativo, metodologias baseadas no movimento e inovação social. Com cinco anos de experiência no setor social no Reino Unido, colaborou com comunidades vulneráveis, incluindo migrantes e jovens em situação de exclusão, utilizando abordagens criativas e inclusivas para promover engajamento e autonomia.
Como Especialista URBACT em Inovação Social e ex-Agente de Inclusão Digital do Conselho Municipal de Manchester, explorou a caminhada como ferramenta de pesquisa para mapear narrativas locais e aprofundar conexões comunitárias.
Ao retornar para casa para cursar um mestrado em Design de Serviços, procurou expandir sua prática de design enquanto explorava abordagens incorporadas à participação. Tornou-se professora de ioga e movimento terapêutico, integrando metodologias baseadas no movimento em sua pesquisa e trabalho de facilitação.
A pesquisa atual foca na interseção entre caminhada, neurodivergência e design participativo, examinando como experiências sensoriais e metodologias inclusivas de caminhada podem promover acessibilidade, conexão e pertencimento em espaços públicos e projetos participativos.

Stefaan van Biesen (BE) www.stefaanvanbiesen.com
Stefaan van Biesen é um artista multidisciplinar cuja prática está profundamente enraizada na caminhada como um ato artístico e filosófico. O seu trabalho alinha-se com o espírito nómada dos artistas renascentistas que viajaram pela Europa, usando as suas viagens como laboratórios de pensamento. Um exemplo histórico marcante é Albrecht Dürer, cujas viagens inspiraram intercâmbios artísticos, desenhos e discursos intelectuais. Da mesma forma, as explorações artísticas de van Biesen geram uma rica tapeçaria de ideias, esboços, artefactos e encontros, formando um diálogo contínuo com pessoas, lugares e culturas.
Uma parte significativa da sua prática artística é dedicada a colaborações com artistas, cientistas e especialistas de diversas disciplinas. O seu trabalho está profundamente envolvido com o meio envolvente, utilizando a caminhada como um instrumento social e artístico — um ato de observação, reflexão e criação que interage com ambientes urbanos e naturais.
O seu trabalho está presente em coleções particulares e museus da Europa, Brasil e China. O seu trabalho artístico foi apresentado na Bélgica, Holanda, França, Alemanha, Reino Unido, Polónia, Itália, Sérvia, Grécia, Chipre, Portugal, Brasil, EUA e China.

 

The New Wave of Walking Artists?

 

Junte-se a nós para uma envolvente discussão coletiva baseada em perguntas, organizada pela Action Synergy. Reunimos artistas da Europa e dos Estados Unidos, em diferentes fases de suas carreiras, cada um com uma relação única com as artes da caminhada. Apesar de virem de contextos e trajetórias diversas, todos eles adotaram a caminhada como um meio de se conectar com suas comunidades—seja qual for a forma como as definem.

Nesta conversa informal em formato de mesa redonda, exploraremos questões-chave:

Como as comunidades podem expandir-se além do humano?
Que elementos gostaríamos de ver mais nas artes do caminhar?
Como as artes do caminhar podem ser uma forma de cuidar?

Nossos convidados trazem perspectivas diversas: Robert Coleman explora soundwalks ecológicos e arte sonora, enquanto Jo Scott utiliza experiências sonoras para navegar por paisagens em mudança. Rafael De Balanzo foca em resiliência e transformação ecológica por meio de walkshops, e Azucena Momo mistura dança, som e performances de caminhada participativa. Charlie MacRae-Tod se envolve em peregrinações criativas, conectando narrativas com caminhadas de longa distância, enquanto Noam Assayag explora narrativas urbanas através de texto, grafite e caminhada como uma forma de coletar e trocar ideias.

Biografias dos Artistas Convidados:

Noam Assayag
Sou escritor e tradutor, nascido em Paris e baseado em Atenas. Inspirada por amigos e estranhos, minha prática de caminhar é curiosa sobre o que está nas paredes e no chão, coletando palavras e texturas para futuros pensamentos e colagens. Essa hermenêutica de rua usa o grafite como amostras e palavras-chave. Essa busca fomentará presentes e contra-presentes: ativando cidades juntas. @norkhat

Rafael De Balanzo
Sou um artista transdisciplinar e cientista-acadêmico cuja prática explora a complexidade do nosso planeta e as teorias da mudança por meio da abordagem do pensamento em resiliência. Através de workshops e walkshops, envolvo os participantes em experiências imersivas de aprendizado que promovem uma compreensão mais profunda e respostas criativas às transformações ecológicas e sociais.

Robert Coleman
Compositor e artista sonoro, o trabalho de Robert Coleman se inspira em diversas áreas, como estudos de paisagens sonoras, arte site-specific, gravação de campo e artes comunitárias e participativas. Atualmente, é doutorando no Sonic Arts Research Centre, na Queen’s University Belfast, onde é supervisionado por uma equipe interdisciplinar de Artes Sonoras e Ciências Biológicas. Durante esse período, ele tem desenvolvido sua prática de Ecological Soundwalks e, em 2023, fundou a The School of Wild Listening, uma plataforma para a discussão e disseminação da arte sonora ecológica.

Charlie MacRae-Tod
Charlie é performer, cineasta e artista do caminhar, interessado em explorar a relação entre performance, narração clássica, imaginação animada e caminhadas de longa distância. Sua prática de peregrinação criativa busca explorar diversos aspectos das abordagens espirituais e mitológicas de caminhar artisticamente—através, com e para dentro de um ambiente.

Azucena Momo
Azucena é uma artista multidisciplinar interessada em práticas corporais (dança, caminhada, entre outras), geografias relacionais, ecologia, poesia e ações participativas. Em 2019, fundou sua companhia Irregulars, com a qual criou propostas de dança contemporânea em espaços públicos e performances sobre caminhada. Seu amor pela oralidade e a fusão de disciplinas também a leva a trabalhar com som, podcast e formas documentais.

Jo Scott
Jo Scott é uma artista-pesquisadora baseada no centro de Portugal, que utiliza práticas digitais criativas para explorar nossa relação com o mundo além do humano. Seu projeto mais recente utiliza práticas criativas de caminhada para explorar paisagens precárias e em mudança em uma era de crise climática, perda de habitat e biodiversidade, com foco nas plantações florestais do centro de Portugal. O site de Jo é www.joanneemmascott.com.

As perspectivas combinadas de todos podem fornecer uma rica tapeçaria de ideias sobre como caminhar, arte e comunidade podem se entrelaçar com cuidado, transformação e sensibilidade ecológica.

9.04 / 5pm
Evento Online

Ingresso gratuito em
https://walklistencreate.org/walkingevent/the-new-wave-of-walking-artists/

 

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TWB é também um projeto artístico e educativo. Estamos interessados ​​na “educação disruptiva”, colocando em jogo o pensamento colectivo e os conhecimentos locais e ancestrais, numa conexão com o nosso ambiente (social e ecológico), alargando as ecologias para a perspectiva social de uma sociedade saudável, em movimento migratório e em mudança potencial. 

Para além de oferecer um espaço de colaboração para artistas internacionais e locais com as comunidades transitórias, o TWB quer fazer convergir a arte de caminhar com as necessidades contemporâneas. Como projecto colectivo, baseia-se em novas formas de expressão artística, através de uma arte que vem de dentro e pelo corpo, em comunhão com comunidades e pelas terras frágeis por onde artistas caminham.

Embora a caminhada tenha surgido como uma forma de arte poderosa no século XX, no século XXI tornou-se um meio extremamente diversificado e complexo. Hoje, a arte de caminhar funciona não só como tema, prática ou política, mas também como ferramenta de equilíbrio, de promoção de mudanças sociais e de fortalecimento dos ecossistemas, naturais e sociais. Como forma de arte em evolução, a própria arte de caminhar está em movimento. O TWB está em movimento. No TWB 2025 queremos constituir novas comunidades, comunidades temporárias e em movimento, para percorrer paisagens físicas e metafóricas de transformação e descoberta ao convidar à deslocação, simbólica e física, de um lugar para outro, comunidades em mudança.