Uma carta a todos os andantes
Corpos à deriva / espaços fluentes é um encontro internacional sobre caminhadas em relação aos corpos líquidos que cruzam a paisagem. Com foco em práticas de intermedia e incorporadas, o projeto possibilita um laboratório de criação e pesquisa sobre as relações entre caminhadas e derivas, sons e silêncios, lugares vazios e ocupados, espaços digitais e corporais e histórias do andar, suas narrações e traduções.
O objetivo é gerar e partilhar experiências coletivas e a documentação dos diversos processos nas paisagens urbanas e no cenário urbano de Guimarães, em particular. O projeto pretende explorar criticamente como os corpos e novas tecnologias trabalham juntos para produzir novas práticas no espaço e movimento público. Será dada atenção especial à exploração da cidade, que chama a atenção para as ações quotidianas das pessoas e as negociações dos espaços da cidade, revelando a potencialidade do lugar. Uma avaliação do lugar, na sua compreensão incorporada, procura revelar as suas qualidades particulares, examinar e comentar o seu papel na vida das comunidades locais e sugerir, também, formas inovadoras para o seu mapeamento.
A criação e a tomada de decisões colaborativas, o diálogo aberto das experiências e a documentação do processo são cruciais, pois estimulam o pensamento crítico sobre a arte e as experiências estéticas em relação à nossa vida quotidiana. Ao gerar encontros dialógicos transversais com os participantes, enraizamos a prática estética nas relações; com nós mesmos, entre nós e com espaços de transição, flutuamos e habitamos como fluidos, uma dinâmica em constante mudança.
Os caminhantes são criadores criativos de seus arredores; caminhar não aparece apenas como uma atividade reflexiva ou prática, mas também revela a ação daqueles que decidem seguir um caminho diferente, um desvio, dar um simples passeio ou até seguir em frente.
Convidamos a enviar artigos, posters, projectos ou obras artísticas, e oficinas do andar relacionadas com:
a) caminhadas, eventos performativos ou ações que incidem sobre a relação do corpo e o espaço físico, e sobre os domínios imateriais da experiência consciente e sensorial,
b) mapeamentos digitais/novas tecnologias da fluidez urbana e da deriva como metodologia,
c) documentação de explorações sobre compreensão experiencial do fluido urbano que desafiam as técnicas actuais de representação,
d) narrativas / estórias do andar: narrativas deambulantes e suas traduções em intermedia.
Temas principais
1) deriva / psicogeografia, como prática subversiva, como jogo urbano – brincadeira e risco
2) O corpo fluido e os sentidos, (re)escrita e (re)leitura da cidade através do corpo
3) vazio – silêncio, explorados como elementos de transformação, mudança, potencialidade (esperança, utopia) do lugar e situação (a possibilidade como fluidez)
4) estórias do andar, as narrativas de caminhada e as suas translações intermédia